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Mil e um motivos para não comprar um livro: Por quê?
Sim, há mil e um motivos para a criatura NÃO comprar um livro. Agora eu me pergunto: Por quê? Obviamente sabemos que entre um prato de comida e um livro optamos pela comida. Mas quando surge a questão entre um batom e um livro e opta-se pelo batom, surge, brota, explodem faÃscas de desespero! Yes, desespero, desesperança e mais um montão de coisas impublicáveis. Por que tudo é melhor, maior, mais precioso do que um livro? Ainda existem pessoas que nunca leram ou que começaram uma leitura, mas nunca foram até o fim da obra pelo total desinteresse, da falta de curiosidade. Mas se a população, em sua grande maioria, gosta e aprecia uma historinha, por que não ler uma historinha? Bastamos ver o alto Ãndice de adeptos de novelas, seriados, minisséries, de letras melancólicas de músicas, mas estas mesmas pessoas ignoram o prazer da leitura. Onde iniciou o desprezo por ler? Na obrigatoriedade. Somos condicionados a ler apenas por obrigação. Lemos letreiro de ônibus porque somente desta forma saberemos o local para onde ele nos conduzirá, lemos bula de remédio porque mais do que a curiosidade sobre a doença, somos obrigados a nos aprofundarmos na possibilidade de cura, lemos placas de trânsito porque somos obrigados a seguir regras civis, lemos uma receita de bolo porque somos obrigados a impressionar mais. Lemos livros na escola porque a professora nos obrigou a ler e a prestar contas da leitura. Mas assistimos a uma novela para descontrair. Não precisamos estar sempre atentos. Não precisamos fazer um resumo ou uma resenha ao final do capÃtulo. Podemos perder um episódio para irmos à pizzaria, pois no dia seguinte ela estará ali, muitas vezes no mesmo lugar, “mastigadinho”, sem trabalho, sem obrigação de acompanharmos cada capÃtulo. Não precisamos pensar para ver. Eis a questão: o pensar dá trabalho. É obrigação, desde os primeiros passos, ao passo que sonhar não, sonhar é descontração. Mil e um motivos para não ler: • Ler dá preguiça; • Dá sono; • Custa caro; • Requer tempo; • No Ano que vem eu lerei; • Nas férias eu lerei; • No Carnaval eu lerei; • Na feira do Livro eu lerei; • Na casa da vovó eu lerei; • É preciso comprar um vestido novo; • É preciso comprar um sofá novo; • É preciso comprar um brinquedo novo; • É preciso comprar um rÃmel novo; • É preciso comprar um pote de sorvete novo; • É preciso comprar, comprar, comprar... Comprar tudo, menos um livro. Porém, por outro lado, lê-se muito no Facebook. Qual a diferença? Diariamente, multidões acessam a página do face ao acordar antes mesmo de fazer xixi. Leem, leem, leem. Leem facebook, por isto não dá tempo de ler um livro. Tudo não passa de historinha. Historinha da vizinha, do parente distante, do ator distante, da vida distante e alheia. O prazer da vida alheia. O outro lado do muro. A grama é mais verdinha. Ela sempre é mais verdinha. Por que a historinha do livro não causa tanta curiosidade? Por que o gramado literário não causa frisson? Ali naquelas páginas também não está sendo contada uma historinha de uma vida alheia? Qual a diferença? Responda-me quem puder. Publicado, originalmente, no site Almanaque Literário - Janeiro/2017.
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